quinta-feira, 7 de abril de 2011

Aventurar-se em uma leitura da Fenomenologia do Espírito


Hegel é um novo desafio para mim. Ao ler o prefácio da Fenomenologia do Espírito, fiquei desnorteado. Fazia tempo que um filósofo ou escritor não produzia esse efeito devastador em meu espírito. Porém, respirei fundo, tomei coragem e continuei lendo. Parti, então, para a introdução. Como não poderia ser diferente, novamente fiquei desorientado, mas agora com um pouco mais de esperanças no que concerne a uma futura compreensão da obra.

Nesse meio tempo li a introdução do conhecido comentário do A. Kojeve em que ele trata da dialética do senhor e do escravo. Tive realmente vontade de conhecer Hegel. Pelo menos literariamente o texto do Kojeve me encantou. Inicialmente tive ímpetos de fechar o livro, mas lentamente fui envolvido pelo movimento do Espírito. É um movimento sedutor: a consciência em busca do reconhecimento de si. A necessidade de um Outro para a existência de um Eu. Um Eu que somos Nós.

Voltei a Fenomenologia. Li o primeiro capítulo intitulado "A certeza sensível" e, para a minha surpresa, o que antes parecia inteiramente ilegível se mostra um tanto mais compreensível. Os rudimentos de uma consciência que ainda não é consciência é apresentado, um saber imediato ou sem a mediação da consciência. Só existe um Eu que é um 'este' e um objeto que é um 'isto'. Ou seja, aqui começa o movimento dialético do espírito em direção ao absoluto.

Enfim, começo despretensiosamente a infiltrar-me no pensamento de Hegel e a vislumbrar um entendimento futuro. E sempre que abro o livro da Fenomenologia do Espírito lembro de uma frase que ouvi certa vez: Se Kant é difícil, Hegel é muuiiito mais difícil.

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