terça-feira, 31 de julho de 2012

O aprimoramento moral genético e seus problemas




Renato dos Santos Barbosa
Introdução

Neste trabalho abordaremos os problemas suscitados pelas afirmações de Halley S. Faust acerca do aprimoramento genético para a moralidade. Em seu artigo intitulado “Should we select for genetic moral enhancement? A thought experiment using the MoralKinder (MK+) haplotype”, H. S. Faust argumenta em favor da obrigatoriedade do aprimoramento moral genético.
Antecipando um mundo em que a ciência se tornou capaz de realizar aprimoramentos genéticos com maestria, inclusive aquele para a moralidade, H. S. Faust supõe que tal procedimento não é apenas permissível e desejável, mas obrigatório. Entretanto, essa afirmação é delicada e polêmica, pois mobiliza uma variedade de assuntos que giram em torno do aprimoramento genético.
Não nos deteremos nas questões relativas à pessoalidade do embrião ou se é moralmente aceitável que embriões humanos sejam usados e descartados em pesquisas genéticas, porém nos debruçaremos sobre as possíveis consequências de um aprimoramento moral genético sobre a vida de pessoas submetidas a essa modificação, suas implicações na sociedade e etc. Utilizaremos o argumento de que a auto-compreensão de ser modificado geneticamente poderia trazer problemas a empreitada dos que defendem o aprimoramento genético e na esteira de Habermas apresentaremos algumas críticas ao texto de Faust.
Defendemos que, embora não deva ser proibido, o aprimoramento moral genético deve ser permitido, porém com algumas ressalvas. A obrigatoriedade do aprimoramento é tão absurda quanto a sua proibição. A despeito de o tema ter implicações políticas claras não nos deteremos nesses pontos.  O que nos move aqui, depois de examinar as afirmações de Faust, são as questões: é prudente selecionar geneticamente para a moralidade? Ou, podemos, efetivamente, levar a cabo a intenção de aprimoramento ético universal por meios de intervenções genéticas? Ou ainda, é desejável tal procedimento?




1.      A auto-compreensão de ser modificado sem consentimento
H. S. Faust afirma que a seleção genética de embriões com o grupo de genes que favorece a moralidade (chamado por ele de MK+) é desejável porque propicia um número maior de ações morais na sociedade. Faust demonstra com um exemplo corriqueiro como o haplótipo MK+ funcionaria no momento em que surgisse a necessidade de uma ação moral: Uma criança MK+ é pressionada para roubar uma farmácia e supostamente decide não roubar 90% das vezes em que essa ação lhe é proposta. Número impressionante que Faust se apressa em explicar, dizendo que não se trata, no entanto, de uma determinação genética. A criança MK+ continua livre para agir, inclusive, imoralmente. O grupo de genes apenas predispõe seu detentor para a moralidade. “This is how haplotypes work. He will still have freedom to choose his course of action” (FAUST, 2009, p. 400).
Entretanto, o que nos chama a atenção são as possíveis justificativas da criança para a ação moral alegadas pelo autor: simplesmente poderia dizer que não rouba porque é errado ou porque tem medo da punição. Sentimos, nesse ponto, a ausência de outra justificativa da criança: não roubo porque fui modificado antes de nascer. Parece que nosso autor quer ignorar ou esconder a influência que o conhecimento de ser modificado geneticamente tem sobre a vida do indivíduo modificado. Não devemos nos preocupar tanto em saber como funciona o haplótipo da moralidade, porém, devemos investigar as possíveis influências psicológicas da auto-compreensão de alguém como modificado sem o seu consentimento. 
As palavras de Habermas podem ser muito esclarecedoras para o entendimento do assunto em questão:
Independentemente da extensão com que uma programação genética realmente estabelece as qualidades, as disposições e as capacidades da futura pessoa e determina seu comportamento, é o conhecimento posterior que essa pessoa toma da situação que poderia intervir na sua auto-relação com sua existência corporal e psíquica. (HABERMAS, 2004, p.74-75)

Não adianta tentar garantir o modo de funcionamento dos grupos de genes MK+, pois o modo como as pessoas reagiriam ao saber que são modificadas e que não participaram dessa decisão pode ser inteiramente inesperado e o inverso do almejado pelos defensores do aprimoramento moral genético. Consequências indesejáveis poderiam advir da ideia de seres aprimorados geneticamente para a moralidade. Por exemplo, por mais que os pais saibam como funciona o MK+ e suas características, o simples fato de saber que seus filhos foram modificados geneticamente para a moralidade pode gerar um certo descuido em relação a sua educação moral, fato que invalidaria todo o processo de aprimoramento. Por outro lado, a falta de consentimento dos filhos para o procedimento genético geraria uma relação assimétrica, ou seja, não estaríamos nos relacionando com seres iguais a nós, mas com pessoas que interviram diretamente, sem o nosso consentimento, na história de nossa vida.
As intervenções eugênicas de aperfeiçoamento prejudicam a liberdade ética na medida em que submetem a pessoa em questão a intenções fixadas por terceiros, que ela rejeita, mas que são irreversíveis, impedindo-a de se compreender livremente como o autor único de sua própria vida. (HABERMAS, 2004, p.88)

A despeito desses problemas Faust prossegue seu artigo afirmando que a pessoa MK+ tem uma percepção mais aguda de uma dada circunstância e consegue fazer com mais clareza um julgamento moral, podendo assim, agir de maneira correta no mais das vezes. “MK+ children have a higher acuity of appreciating right from wrong, and a higher ability to act responsibly in any given set of circumstances” (FAUST, 2009, p. 404). Porém, novamente o autor esquece ou acoberta a influência do fator psicológico em uma dada ação. Talvez o fato de se auto-compreender como um ser modificado geneticamente para a moralidade causasse um desconforto que poderia atrapalhar seu julgamento moral e consequentemente sua ação. Mais adiante o autor parece entrar em contradição ao dizer que, do mesmo modo que um MK-, o MK+ também se arrepende de ter cometido uma ação moral, sente ansiedade, medo etc. Se, de fato, o MK+ tivesse mais perspicácia para julgar possibilidades de ação, ele jamais se arrependeria de não ter cometido uma ação imoral. “The MK+ child might have regrets about not acting; she just is less likely to turn those regrets into future wrong acts” (FAUST, 2009, 406). Ao mesmo tempo em que o autor parece atribuir elementos cognitivos aos haplótipos MK+, como uma melhor acuidade em relação a situações que necessitem de julgamento moral, ele não faz valer essa ideia quando se trata de defender o esforço e mérito da ação moral pela pessoa MK+, dizendo que este se arrepende de ter cometido uma ação moral como se não percebesse o valor de sua ação. Assim sendo, o haplótipo MK+ funciona como um impulso, um instinto para a moralidade, sem poder algum para melhorar a nossa perspicácia para os cálculos morais.
Isso traz à baila a questão da interferência no livre-arbítrio.
2.      Interferência no livre-arbítrio
Faust é claro ao dizer que o grupo de genes MK+ não determina, mas apenas influencia a nossa ação, aumentando a probabilidade de se cometer ações morais. Concordamos que talvez não haja interferência do MK+ no livre-arbítrio, no entanto, tal influência pode atrapalhar nossas ações morais e não levar a cabo as intenções de aprimoramento moral. Nesse ponto o autor se vale novamente do argumento de que o MK+ proporcionaria uma melhor percepção, acuidade e etc., porém já vimos que essa afirmação vai de encontro com o argumento que demonstra o mérito e esforço da pessoa MK+. O esforço de Faust para salvaguardar a desejabilidade do procedimento de aprimoramento moral genético reduz a quase nada a influência e o valor positivo do MK+. Ele afirma que é apenas um impulso, uma predisposição que sem a influência do meio e da educação não tem eficácia nenhuma.
O autor argumenta ainda que o livre-arbítrio é um mistério e, tampouco sabemos como o MK+ influencia cada etapa de uma ação (Cf. FAUST, 2009, p.405). Entretanto, podemos nos encher de insegurança levando em consideração o mesmo argumento: se não sabemos como o haplótipo da moralidade influencia nossa ação, então poderemos incorrer em grave erro ao selecionar embriões MK+ em laboratório. Isso se agrava se levarmos em consideração os fatores psicológicos envolvidos na questão como mostramos mais acima.  
Se pensarmos que esse processo de aprimoramento moral tem uma natureza intervencionista, somos levados a crer que não será eficaz se não for obrigatório para todos. Pois, se depender dos pais a escolha ou não para o haplótipo MK+, nunca teremos uma sociedade totalmente preparada para receber a moralidade. Por outro lado, submeter toda a humanidade a um processo que pode ter severas consequências vai de encontro com o princípio da beneficência procriativa, pois poderemos arruinar a possibilidade de uma boa vida a toda uma geração vindoura. Ademais, a obrigatoriedade se choca com a liberdade de auto-determinação dos filhos, assim como na liberdade de escolha dos pais diante de uma proposta que não sabem ainda as consequências. Talvez estejamos submetendo uma geração a um risco que não vale a pena. E vale lembrar que na página 402 do artigo é dito: “nós queremos melhorar o mundo [...] que geralmente significa trabalhar em direção [...] a não interferência nos propósitos individuais” (FAUST, 2009). Parece-nos que não levar em consideração os desejos e escolhas dos pais e os propósitos futuros dos filhos são uma interferência nos propósitos individuais e isso indica um retrocesso e uma piora do mundo.

3.      O aprimoramento moral genético é desejável?
Segundo Faust, o aprimoramento moral genético é recomendado e obrigatório, no entanto, devemos levar em consideração que o fim a que esse processo almeja é o mesmo que o da nossa educação moral tradicional. A pergunta é: porque submeter toda uma geração a riscos para atingir um fim que nós temos conseguido realizar paulatinamente? Pois, o que sobrou ao MK+ depois de resistir a todas as críticas respondidas por Faust? Apenas uma predisposição cuja eficácia ainda depende da educação tradicional. Faust nem mesmo poderia argumentar que a seleção para o MK+ é mais eficaz que o aprimoramento moral tradicional, visto que em nenhum dos casos existe garantia de sucesso.
Não queremos proibir o aprimoramento moral genético, mas apenas mostrar que os benefícios que ele pode trazer não valem o risco de sua aplicação. Se, de fato, fosse encontrado um haplótipo da moralidade, conviria que reformulássemos a nossa maneira de educar nossas crianças e adolescentes. Não bastaria começar pela seleção genética, mas deveria haver uma preparação de uma geração inteira. Precisaríamos de uma sociedade que nela estivesse incutida princípios morais, normas e leis competentes para a aplicação do aprimoramento moral genético, pois isso eliminaria muitas consequências indesejáveis. No entanto, isso significa que precisaríamos já ser morais para que o aprimoramento moral genético tivesse êxito e, assim, não necessitaríamos mais deste. Não adianta esperarmos como que por uma dádiva prometéica que nos torne morais.
Nós ainda, a despeito do tempo já decorrido, não pudemos avaliar os resultados da educação moral tradicional, visto que em muitos países, inclusive o nosso, existe um imenso déficit. Sabemos que isso é um entrave para o aprimoramento moral genético, visto que sem educação a engenharia genética de nada adiantaria. Assim, temos um imenso trabalho a fazer e, certamente, ele não começa pela engenharia genética.
Portanto, à pergunta: o aprimoramento moral genético é desejável? Respondemos que, embora ele compartilhe do mesmo fim que nossa educação moral, seu procedimento é pouco viável e imprudente.



Conclusão

Examinamos o texto de H.S. Faust e apresentamos críticas que nos parecem plausíveis ao seu artigo. Em alguns momentos notamos um otimismo exagerado do autor em relação ao tema do aprimoramento moral genético. Destacamos que Faust ignora intencionalmente o problema da auto-compreensão de ser modificado, assim como apontamos a contradição do autor em relação a uma possível maior percepção de um conjunto de circunstâncias da pessoa MK+. Concordamos em parte com Faust a respeito do livre-arbítrio, pois também não consideramos que o MK+ determine as pessoas a certas ações. Porém, se não sabemos como funciona o livre-arbítrio também não podemos estar seguros do tipo de influência dos genes da moralidade. O que de mais importante fica nessa questão do livre-arbítrio é que o poder dos genes diminui drasticamente quando confrontado com o argumento de que estes cerceariam a nossa liberdade de ação. Isso põe em dúvida o valor positivo dos MK+ frente às suas consequências. Por conseguinte, concluímos com a negação da desejabilidade do aprimoramento moral genético e, por isso, a discussão em torno da permissibilidade, proibição ou obrigatoriedade não vem ao caso, visto que, embora concordemos que seja permitido, não concordamos que a seleção genética para a moralidade seja desejável.
Portanto, afirmamos não ser prudente, desejável nem viável o aprimoramento moral através da engenharia genética.  







Referências

FAUST, H. S. Should we select for genetic moral enhancement? A thought experiment using the MoralKinder (MK+) haplotype. Published online: Springer, 9 January 2009
HABERMAS, J. O futuro da natureza humana. Trad. Karina Jannini. São Paulo: Martins Fontes, 2004.




Linhas gerais sobre o conceito de "imaginário" em Castoriadis

 Neste trabalho abordaremos o conceito de imaginário no pensamento de Cornelius Castoriadis. Para tanto, nos valeremos sucintamente de algumas considerações acerca de pontos que servem à explicitação do conceito de imaginário em Castoriadis. São eles: a definição de imaginário; a relação do imaginário com a sociedade; a relação sujeito-objeto; e por fim, sobre o social-histórico.

1.      O imaginário
Castoriadis deixa claro no prefácio à Instituição imaginária da sociedade que a noção de imaginário trabalhada por ele tem um sentido bastante peculiar. Não se trata do oposto do que é real, não é reflexo, derivação de algo, mas é criação ex nihilo e o próprio fundamento daquilo que, por meio do imaginário, chamamos de realidade.

O imaginário de que falo não é imagem de. É criação incessante e essencialmente indeterminada (social-histórica e psíquica) de figuras/formas/imagens, a partir das quais somente é possível falar-se de “alguma coisa”. Aquilo que denominamos ‘realidade’ e ‘racionalidade’ são seus produtos. (CASTORIADIS, 1982, p.13)

O imaginário é criação a partir do nada. Mas criação de quê? O imaginário cria o mundo, pois está na base de todo pensamento e possibilidade de sentido. O real, o ser, a racionalidade, não são mais que produtos do imaginário.  Enquanto criação, o ser não se fecha em uma única determinação possível, pelo contrário, está sempre aberto, é sempre “por-ser” (CASTORIADIS, 1987, p. 233).
Percebemos que a ontologia tradicional é abandonada e uma nova é posta em seu lugar. Enquanto a primeira nega o tempo, uma vez que quer o determinado, eterno, imutável, regular, repetitivo, circular, e assim, torna impossível as diferenças sócio-históricas, a segunda quer a mudança e a abertura para a emergência do novo, pois ser é tempo, ser é por-ser. Enfim, o ser está em construção.  Aquilo que escapa a criação imaginária social é o que Castoriadis chama de “primeiro estrato natural” ou “mundo físico” e, como tal, é desprovido de significado. Podemos diferenciar duas dimensões em que a sociedade opera: a dimensão conjuntista-identitária e a dimensão do imaginário. A primeira se caracteriza pela determinação, pela submissão do mundo a classes e domínios definidos, nela “a existência é determinidade” (CASTORIADIS, 1987, p.243). Por outro lado, na dimensão imaginária a existência é significação. As significações são conectadas umas as outras por uma lógica denominada “magmática”. A sociedade e suas instituições não podem ser reduzidas a uma explicação biológica, pois ela é regida por outra lógica e por outra ontologia. 

2.      Imaginário e sociedade
O que torna uma sociedade coesa são suas instituições e estas possuem um tecido que as une como um todo: “o magma das instituições imaginárias sociais”. Castoriadis define estas instituições como magma porque elas são realidades fluidas, inconscientes que não podem ser apreendidas pela lógica conjuntista-identitária. E, ainda, estas instituições são imaginárias e sociais, porque são criação e porque são “instituídas e compartilhadas por um coletivo social e anônimo.” (CASTORIADIS, 1987, p. 239)

“Tais significações imaginárias sociais são, por exemplo: espíritos, deuses, Deus; polis, cidadão, nação, Estado, partido; mercadoria, dinheiro, capital, taxas de juros; tabu, virtude, pecado, etc. Mas também: homem, mulher, criança, tais como são especificados em uma sociedade dada” (CASTORIADIS, 1987, p. 239)

É a instituição imaginária da sociedade que estabelece seu próprio mundo de significações, determinando o que é importante e o que não é, diferenciando o verdadeiro do falso, o que tem sentido do que não tem. “Toda sociedade é uma construção, uma constituição, uma criação de um mundo, de seu próprio mundo” (CASTORIADIS, 1987, p. 241).
           
3.      Sujeito-Objeto
A temática da criação do mundo enseja a referência à nova forma de Castoriadis compreender a relação sujeito-objeto. A filosofia herdada reforçou essa distinção entre sujeito e objeto, ora valorizando um, ora o outro, de modo que Castoriadis a caracteriza como: “distinção rançosa e banal” (CASTORIADIS, 1990, p.262). Nosso autor defende que há seres como sujeitos e seres como objetos, mas um não subsume o outro nessa relação. Não podemos nos entregar a um “delírio solipsista” (ibid.), afirmando que tudo que há é fruto de nossa consciência transcendental, nem tampouco que o objeto possua significados em si mesmo. A relação sujeito-objeto para Castoriadis necessariamente apresenta um terceiro fator: o mundo enquanto tal deve ser passível de organização. Ou seja, o mundo se permite moldar.

Ainda que eu pense que a organização que eu, enquanto sujeito pensante, imponho ao que é, ou ainda a organização que os seres vivos em geral ao mesmo tempo que exibem neles mesmos e impõem ao seu mundo, em todo caso, nem um nem outro poderiam existir se o mundo, como tal, em si, não fosse organizável. (CASTORIADIS, 1990, p. 263)

Mas neste caso, esse mundo enquanto tal, embora necessário, configura apenas um primeiro estrato natural que permite ao ser se estender infinitamente através de sua criação social-histórica.

4.      O social-histórico
            O social-histórico foi ignorado pela filosofia como modo de ser. Ele vai de encontro a todo desenvolvimento da ontologia tradicional. O ser é, para Castoriadis, o contrário de toda determinidade, pois é Caos, é sem-fundo (CASTORIADIS, 1987, p.233) e, sobretudo, ser é tempo. A sociedade cria, faz emergir o novo, institui e é instituída no tempo, mas também cria o tempo, pois este é mais uma de suas instituições imaginárias sociais.  “A história é gênese ontológica”, pois o por-vir-a-ser se faz na história segundo as auto-alterações da sociedade. Esta muda constantemente de aspecto, forma (eidos) e tal forma é imposta violentamente aos núcleos das psiques individuais. Os indivíduos são resultados da fabricação do imaginário social.

CONCLUSÃO
O conceito de imaginário é central no pensamento de Castoriadis e se presta a uma crítica do pensamento herdado. Não se busca determinações no ser, pelo contrário, o ser se faz, se constrói constantemente através do imaginário social-histórico. A elucidação de como a sociedade se institui torna os homens e as sociedades mais conscientes, capazes de fazer o que pensam e pensar no que fazem. Tudo é da ordem do imaginário.   

BIBLIOGRAFIA
CASTORIADIS, C. A Instituição Imaginária da Sociedade. Trad. Guy Reynaud. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
_______________. As Encruzilhadas do Labirinto/2. Os Domínios do Homem. Tradução por José Oscar de Almeida Marques.  Rio, Paz e Terra, [1986].1987.
_______________. O Mundo Fragmentado. As Encruzilhadas do Labirinto/3. Tradução por Rosa Maria Boaventura.  Rio, Paz e Terra, [1990].1992